terça-feira, 30 de novembro de 2010

Felicidade capital

Felicidade, este sim é um conceito com várias definições. O ser humano está sempre procurando e, se fosse fácil, poderíamos digitar no google "Onde e como se encontrar a felicidade" mas este, munido de toda sua objetividade diria: pesquisa não encontrada. Lógico que também haveria a possibilidade de se deparar com várias indicações de livros de auto-ajuda mas este, meus caros, seria o primeiro passo para bater na porta de um analista.

Na visão simplista de um jovem garoto pertencente às classes C, D e E, o sentimento se definiria em apenas uma palavra: dinheiro. Dinheiro pra pagar as contas e no final do mês curtir uma diversãozinha barata. Na visão do jovem menino rico, aquele que usufrui das verdinhas plantadas no jardim particular e que são servidas como alface e rúcula no almoço, a felicidade estaria onde o poder e as influências tivessem livre acesso para continuar e, às vezes, até aumentar seu serelepe jardinzinho.

A felicidade que nos é vendida e catequizada dia após dia nada mais é do que o titio Marx chama de "luta de classes". Para quem não sabe essa é a relação dominante e dominado e que aqui terá a conotação ganhador e perdedor. Deixa eu explicar melhor: sabe aquela sua promoção no emprego? Pois é, você está feliz e alguém foi rebaixado de cargo. Sabe aquela sua namorada incrível que nem mesmo você sabe como conseguiu arranjar? Pois é, amiguinho, ela concedeu uma tonelada de negativas a caras que eram tão legais quanto você e capazes de fazê-la feliz. E não vamos esquecer do vestibular onde você sonha todos os dias em dizimar toda sua concorrência pra conseguir uma vaguinha para o "futuro perfeito".

O fato é que esta felicidade capitalizada em ganhos e perdas, guerras, disputas e corrupção está tão impregnada nesta sociedade que você se vê em um labirinto de apenas uma saída: seguir o que  ela pensa ser o caminho comum à todos. Diploma, emprego, dinheiro, casamento, família... pouco importa como você conseguirá tudo isso, o que importa é que se você não conseguir será taxado como vagabundo, solteirão, folgado... E vai da sua parte querer ser carimbado com uma estrelinha dourada ou receber uma faixa com "LOOSER" escrito em letras garrafais.

Ninguém se importa com seus sentimentos, o mundo é cruel e não adianta querer mudá-lo porque, querendo ou não, você será moldado como seus pais, tios, avós, bisavós, tataravós.... Agora me digam, adianta ter esperaças?

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Pequenos Burgueses - Máximo Górki


Um dos melhores livros que já li. Estou com preguiça de fazer uma resenha da história, portanto, aqui vai um trecho:


"Quando dizeis que o mal se paga com o bem, vós vos enganais. O mal é uma qualidade que vos é inata. E por isso de pouco valor. O bem, vós inventastes e pagastes terrivelmente caro. E em virtude disso o bem é uma coisa valiosíssima, rara. Conclusão: colocar num mesmo plano o bem e o mal é inconveniente e inútil. E eu, em verdade, vos digo: pagai o bem com o bem somente! E nunca além do recebido, que é para não estimular no homem a tendência à usura. Porque o homem é ávido! Tendo recebido uma vez além do que lhe é devido, da próxima vai querer receber ainda mais. Mas não lhe pagueis menos do que lhe é devido. Porque, se o enganais uma vez, o homem é rancoroso; ele dirá de vós: são uns falidos! E deixará de respeitar-vos. E da próxima vez não será mais o ‘bem’ que ele vos fará. Ele se contentará, simplesmente, em vos dar uma esmola. Irmãos! Não há nada mais triste sobre a terra, nem mais repugnante, do que um homem dando uma esmola ao seu próximo. Pagai o bem estritamente com o bem. Quanto ao mal, pagai cem vezes mais. Sede pródigos aos retribuir ao próximo pelo mal que ele vos ocasionou. Se quando pedirdes um pão vos derem uma pedra, descarregai sobre sua cabeça uma montanha!"


Digno de Maquiavel, hein. O livro é uma peça teatral escrita em quatro atos, identifiquei várias partes cômicas e engraçadas criticando personagens russos da época que, na bem da verdade, não estão tão distantes de nossa realidade "moderna". Vale a pena ler =D

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Constantemente

Por Maria Clara Defendi Feliciano (HHG)

Penso em você constantemente
Como quem tem um desejo permanente
E mergulhando em lembranças passadas
Vejo o contorno de sua face esbranquiçada
Seu olhar simples, mas mesmo assim envolvente
Seu jeito tímido de um modo diferente.

Ao voltar mais um vez a realidade
Me sinto só, como se isso fosse uma novidade
Na verdade a um tempo, encontro-me nesse labirinto
Lutando intensamente contra o que eu sinto.

Para tentar não lembrar desse dilema
Procuro distrair-me com coisas pequenas
Idéias e pensamentos banais
Que não tornam os momentos especiais

E pouco adiantando meu esforço pra te esquecer
Me encontro, mais uma vez, pensando em você
Constantemente.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Perfume de mulher


Por algum motivo, que me deixa muito nervosa, nunca encontro os filmes que quero na locadora perto de casa, procurei por quatro e não tinha nenhum. Depois de, pela terceira vez na semana, receber um não com cara de tacho do dono da mesma, resolvi pegar um filme aleatório. Eis então que me deparei com "Perfume de mulher" (Scent of Women), já tinha ouvido falar do filme mas nunca havia me interessado. O filme é ótimo e Al Pacino está melhor do que nunca (ganhou até um Oscar de melhor ator). Aí está o melhor e mais libertino  trecho do filme:

Frank Slade: Women! What can you say? Who made 'em? God must have been a fuckin' genius. The hair... They say the hair is everything, you know. Have you ever buried your nose in a mountain of curls... just wanted to go to sleep forever? Or lips... and when they touched, yours were like... that first swallow of wine... after you just crossed the desert. Tits. Hoo-ah! Big ones, little ones, nipples staring right out at ya, like secret searchlights. Mmm. Legs. I don't care if they're Greek columns... or secondhand Steinways. What's between 'em... passport to heaven. I need a drink. Yes, Mr Sims, there's only two syllables in this whole wide world worth hearing: pussy. Hah! Are you listenin' to me, son? 

Frank Slade:Mulheres! O que você pode dizer? Quem as fez? Deus deve ter sido um puta gênio. O cabelo... Eles dizem que o cabelo é tudo, você sabe. Você já enterrou seu nariz em uma montanha de cachos... apenas queria dormir pra sempre? Os lábios... e quando você os toca, eram como o seu... seu primeiro gole de vinho... logo após atravessar o deserto. Os seios. Hoo-ah! Grandes, pequenos, os mamilos encarando de fora para você, como holofotes secretos. Mmm. Pernas. Não me importo se eles são colunas gregas... ou Steinways de segunda mão. O que tem entre elas... passaporte para os céus. Eu preciso de uma bebida. Sim, Sr Sims, há apenas duas sílabas em todo mundo que valham a pena ouvir: xota. Hah! Você está me ouvindo, filho? 

Steinway: marca famosa por fabricar pianos.

Sim, meus queridos, Deus foi um puta gênio.