sábado, 30 de outubro de 2010

Michel Foucault

Michel Foucault
Vida:



       Nascido em 15 de outubro de 1926, na cidade de Poitiers na França, Michel pertencia à uma família tradicional de médicos. Sendo assim, não foi fácil para ele seguir outra carreira. Também não foi fácil ser homossexual numa família tradicionalmente católica e numa sociedade tão preconceituosa.
       Sempre se interessou pelos estudos e destacou-se desde o começo de sua carreira universitária. Era considerado por seus professores como “a promessa de sua geração”. Cursou filosofia e psicologia na Escola Normal Superior de Paris. Era um acadêmico de prestígio, um professor querido, mas considerado “elitista” ao discutir com o governo o futuro da educação secundária e universitária da França. Tal postura, no contexto da Guerra Fria, permitia que os esquerdistas o considerassem como alguém que “renegava” Marx.
       Escreveu várias obras ao longo de sua vida. Tentou suicido várias vezes e teve também contato com as drogas e as práticas sexuais sado-masoquistas (que influenciaram seu pensamento).
       Então, no mês de junho de 1984, o filósofo foi vítima de um agravamento da AIDS, que provocou em seu organismo uma septicemia, levando-o à morte no dia 25 do referido mês, as 57 anos.




Pensamento:


      Foucault é amplamente conhecido pelas suas críticas às instituições sociais, especialmente à psiquiatria, à medicina, às prisões, e por suas idéias e da evolução da história da sexualidade, as suas teorias gerais relativas à energia e à complexa relação entre poder e conhecimento, bem como para estudar a expressão do discurso em relação à história do pensamento ocidental, e tem sido amplamente discutido, a imagem da "morte do homem" anunciada em "As Palavras e Coisas", ou a idéia de subjetivação, reativada no interesse próprio de uma forma ainda problemática para a filosofia clássica do sujeito. Parece então que mais do que em análises da "identidade", por definição, estáticas e objetivadas, Foucault centra-se na "vida" e nos diferentes processos de subjetivação.
       A obra de Friedrich Nietzsche (especialmente os textos que ele escreveu quase à beira da loucura) foi para Foucault uma iluminação. Nietzsche também lhe permitiu sentir-se mais seguro para elaborar seu ponto de vista singular. Como costuma acontecer com muitos jovens que se sentem incômodos em função de sua posição de estranho às normas e aos estilos que definem o grupo a que “pertence”, também para Foucault a obra de Nietzsche revelou o poder e o gozo de ser diferente.
     O ponto de vista original que caracteriza a indagação foucaultiana, seu olhar pouco habitual no mundo do pensamento é, contudo, freqüente no universo da literatura. Se poderia dizer que Foucault é o mais literário dos filósofos e o mais filosófico dos escritores.
     Foucault começa então, um período de abertura a todos os temas, a todas as formas de abordagem: os anos de 1970 serão de intensa aprendizagem e de elaboração apaixonada. Desenvolveu uma reflexão sobre o gozo por meio da dor. Porém, o enfoque que Foucault dá a questão, não é óbvio. Para o próprio filósofo, foi um problema chegar a pensar o sexual. Aí, ele se questiona por que a sexualidade é objeto de uma preocupação moral. Assim, sua obra foi se aproximando a seu ideal de vida: chegar a ser o que verdadeiramente se é. Ao mesmo tempo em que o sério Foucault – o que havia negado a importância da vida para a obra – foi capaz de ir deixando de lado seus próprios temores e se atreveu a manifestar-se, começou a importar-lhe não só para quem fala, mas como se vive uma experiência. Isto iluminou sua obra. Sua filosofia transformou-se naquilo que Sartre desejou produzir, mas não chegou a articular: uma ética.
       A ética de Foucault nasceu quando, em sua reflexão, encontrou-se com seus mestres: os antigos gregos. Esta intensidade final, nascida do risco, outorga a sua obra uma consistência clássica. Talvez por isso suas idéias não pareceram correr o risco de desvanecer-se como um rosto de areia na beira do mar.


Obras mais importantes:
· Doença Mental e Psicologia, 1954;
· História da loucura na idade clássica, 1961;
· Nascimento da clínica, 1963;
· As palavras e as coisas, 1966;
.Arqueologia do saber, 1969;
· Vigiar e punir em 1975;
· História da Sexualidade (que ele não chegou a terminar devido sua morte, mas que fora publicada em três partes).


Outras obras:
· A vontade de saber; (1970-1971)
· Teorias e instituições penais; (1971-1972)
· A sociedade punitiva; (1972-1973)
· O poder psiquiátrico; (1973-1974)
· Os anormais; (1974-1975)
· Em defesa da sociedade; (1975-1976)
· Segurança, território e população; (1977-1978)
· Nascimento da biopolítica; (1978-1979)
· Microfísica do Poder; (1979)
· Do governo dos vivos; (1979-1980)
· Subjetividade e verdade; (1980-1981)
· A hermenêutica do sujeito; (1981-1982)
· Le gouvernement de soi et des autres; (1983)
· Le gouvernement de soi et des autres: le courage de la vérité; (1984)
· A Verdade e as Formas Jurídicas; (1996)
· A ordem do discurso; (1970)
· O que é um autor?; (1983)
· Coleção Ditos e escritos; (5 livros), (2006)

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